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QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL

QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL (Four weddings and a funeral, 1994, Polygram Filmed Entertainment/Channel Four Films/Working Title Films, 117min) Direção: Mike Newell. Roteiro: Richard Curtis. Fotografia: Michael Coulter. Montagem: Jon Gregory. Música: Richard Rodney-Bennett. Figurino: Lindy Hemming. Direção de arte/cenários: Maggie Gray/Anna Pinnock. Produção executiva: Tim Bevan, Eric Fellner. Produção: Duncan Kenworthy. Elenco: Hugh Grant, Andie McDowell, Kristin Scott-Thomas, John Hannah, Simon Callow, Rowan Atkinson. Estreia: 04/3/94

2 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Roteiro Original
Vencedor do Golden Globe de Melhor Ator Comédia/Musical (Hugh Grant)

 Para renovar seu elenco de astros e galãs, volta e meia Hollywood vai buscar em outras paragens rostos novos e talentosos. Em 1994 foi a vez de Hugh Grant, um inglês então com 32 anos que tornou-se a sensação do momento graças a uma comédia romântica das mais engraçadas lançadas na década, "Quatro casamentos e um funeral". Dono de uma carreira da qual já faziam parte filmes de prestígio como "Maurice", de James Ivory e "Lua de fel", de Roman Polanski, Grant virou febre nos EUA e no mundo, com sua mistura de galã desajeitado e estilo rapaz da casa ao lado. Antes que um escândalo sexual prejudicasse sua imagem - ele foi flagrado recebendo sexo oral de uma prostituta, em 1995 - Grant era o genro que toda mãe de família sonhava. E "Quatro casamentos" foi o estopim para esse sucesso todo.

Escrito com verve pelo ótimo Richard Curtis - especialista no gênero que mais tarde tornaria-se cineasta com o simpático "Simplesmente amor", de 2003 - "Quatro casamentos" não só foi um dos filmes britânicos de maior bilheteria nos EUA como concorreu a 2 Oscar - melhor filme e roteiro original. Infelizmente bateu de frente com "Forrest Gump" e "Pulp fiction", o que arruinou suas chances. No entanto, seus fãs provavelmente não dão a menor importância a isso, preferindo ver e rever a delicada e hilária história de amor vivida nas telas por Grant e a americana Andie McDowell do que preocupar-se com cerimônias de premiação.
Grant (vencedor do Golden Globe por sua atuação) vive Charles, um mulherengo e solteirão convicto que ignora solenemente todas as investidas femininas em relação a um compromisso mais sério. Durante a festa de casamento de um amigo ele conhece a americana Carrie (McDowell em papel recusado - para sorte de todos - por Melanie Griffith e Brooke Shields), uma mulher atraente, liberada e, melhor que tudo, estrangeira. Depois de passar a noite com ela e despedir-se, no entanto, Charles fica surpreso ao perceber que gostou mais dela do que esperava. Apaixonado pela primeira vez na vida, ele ainda irá demorar mais três cerimônias de casamento e o funeral de um querido amigo para finalmente convencê-la de seu amor.



A grande sacada do roteiro de Curtis foi justamente situar a vasta maioria das cenas do filme nos eventos do título. Meio como que contando crônicas do dia-a-dia festivo de Charles e seus amigos, o roteirista aproveita para criar cenas curtas e bem escritas, que conquistam pelo humor ácido mas nunca vulgar ou agressivo. Com essa estrutura, todas as personagens do filme apresentam ao público somente parte de suas personalidades, mas o texto de Curtis é tão bom que não é preciso muito para que logo todo o grupo de amigos pareçam velhos conhecidos. E eles são de aplaudir de pé, desde Fiona (Kristin Scott-Thomas), a ex-namorada recalcada até o casal gay Gareth (Simon Callow) e Matthew (John Hannah) - responsáveis pela cena mais bonita do filme, onde um poema de W.H. Auden é declamado para a emoção de todo mundo (personagens e audiência).

E se até Auden é citado no filme, o que dizer então de sua trilha sonora? Além da bela "Love is all around" (que virou hit e a cara do filme, interpretada por Wet Wet Wet), somos brindados com Elton John cantando "But not for me" e "Chapel of love" - esta última nos divertidíssimos créditos finais, que brincam até mesmo com o Príncipe Charles - e nem mesmo a Princesa Diana é poupada: na encantadora cena em que Charles e Carrie conversam sobre suas experiências sexuais, ela é citada como exemplo oposto à Madonna. Aliás, a mesma cena comprova a excelente química entre o casal: mesmo apenas sentados em uma mesa e dialogando, Hugh Grant e Andie McDowell fascinam a plateia, que torce por seu esperado final feliz.

Contando até mesmo com Rowan Atkinson - o Mr. Bean em pessoa - como um padre extremamente atrapalhado, "Quatro casamentos e um funeral" é um antídoto perfeito para uma tarde tediosa e uma crise de descrédito no amor. É sensível, é engraçado e é inglês. Melhor é impossível!

2 comentários:

renatocinema disse...

Gostei muito de "Quatro Casamentos e Um Funeral" porém, ele não poderia vencer o oscar de melhor roteiro disputando com "Forrest Gump" e "Pulp Fiction" seria sacrilégio.

Hugh Grant eu acho um bom ator e ponto. Nada mais do que isso.

Aline disse...

ADORO QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL...

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