NA TEIA DA ARANHA (Along came a spider, 2001, Paramount Pictures, 104min) Direção: Lee Tamahori. Roteiro: Marc Moss, romance de James Patterson. Fotografia: Matthew F. Leonetti. Montagem: Neil Travis. Música: Jerry Goldsmith. Figurino: Sanja Milkovich Hays. Direção de arte/cenários: Ida Random/Elizabeth Wilcox. Produção executiva: Morgan Freeman, Marty Hornstein. Produção: David Brown, Joe Wizan. Elenco: Morgan Freeman, Monica Potter, Michael Wincott, Dylan Baker, Penelope Ann Miller, Mika Boorem, Anton Yelchin. Estreia: 06/4/01
O surpreendente sucesso do filme “Beijos que matam”, um suspense mediano valorizado pela presença do ator Morgan Freeman rendeu frutos. Novamente baseado em um romance policial escrito por James Patterson e com o mesmo personagem principal, “Na teia da aranha” foi mais um êxito, o que comprova antes de qualquer coisa o carisma de Freeman, um dos mais talentosos atores negros de sua geração, sempre discreto e sutil, mas igualmente sempre competente.
Desta vez sua personagem, o policial Alex Cross, está aposentado da polícia depois da morte trágica de sua parceira. Disposto a ficar para sempre longe de qualquer tipo de violência, ele logo vê que seus planos não serão respeitados. O sequestrador (Michael Moriarty) da filha pequena de um senador, roubada nas barbas do serviço secreto, o desafia a frustrar seus planos de cometer o crime do século. Contando com a ajuda de uma agente do governo, Jezzie Flannigan (Monica Potter, fraca como ela só), ele tenta pegar o criminoso, mas acaba se envolvendo em uma trama com muito mais complicações do que ele poderia imaginar.
Dirigido pelo neozelandês Lee Tamahori, "Na teia da aranha" sofreu inúmeras alterações até chegar às telas - a principal delas dizendo respeito à idade do protagonista. Enquanto no romance de James Patterson Alex Cross tinha 38 anos de idade e era casado, aqui ele é vivido por Morgan Freeman, umas boas duas décadas mais velho - fato este que deve ter contado para limar do roteiro o romance entre ele e Jezzie, que, aliás, também tem um final substancialmente diferente no livro. Essas mudanças, porém, não chegam a atrapalhar a diversão daqueles que procuram um bom filme policial, principalmente porque a trama tem reviravoltas em número suficiente para deixar todo mundo ligado do início ao fim da sessão.
No entanto, a bem da verdade, “Na teia da aranha” não apresenta nenhuma novidade ao gênero. Apesar das reviravoltas bastante surpreendentes e o trabalho de Freeman, sempre eficaz, o final chega a ser anti-climático, depois de hora e meia de uma trama construída com cuidado e clima por Tamahori - e isso que o final foi refilmado depois da rejeição de uma exibição-teste nos EUA. Ainda assim, é um entretenimento de extrema competência, que atinge seu objetivo de prender a atenção do público e entregar um trabalho de qualidade acima da média. Mas Morgan Freeman merece coisa melhor para demonstrar seu talento.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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Um comentário:
Falou bem: mediano valorizado pelo competente ator.
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