Indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Renée Zelwegger)
Não há como negar: toda mulher tem uma parte Bridget Jones. A personagem criada pela escritora Helen Fielding e protagonista de dois romances atingiu em cheio o que era esperado por milhares de leitoras ávidas por personagens com as quais pudessem identificar-se. Fumante inveterada, com alguns quilos a mais, amiga de um bom porre, infeliz com o emprego e irremediavelmente frustrada com seus casos de amor, a inglesa criada por Fielding chegou aos cinemas na pele da texana Renée Zellweger e em um caso raro na história do cinema não criou polêmica por causa disso. Em uma interpretação impecável que chegou a ser indicada ao Oscar de melhor atriz, Zellwegger toma a personagem para si e não deixa dúvidas de que foi a escolha acertada para viver a personagem.
Bridget Jones é uma mulher comum. Apaixonada pelo chefe cafajeste Daniel Clever (Hugh Grant, divertindo-se a valer no papel), ela começa, no primeiro dia do ano, a escrever um diário, onde narra suas escapadas amorosas com ele, sua luta contra a balança, seus problemas familiares – sua mãe acaba de abandonar seu pai, trocando-o por um apresentador de televisão – e sua implicância com um partido arrumado por sua mãe, o almofadinha Mark Darcy (Colin Firth). Repleto de piadas tipicamente inglesas com um tempero feminino anos 90, o roteiro – que tem a colaboração da própria Helen Fielding – segue fielmente o livro, brincando com as neuroses femininas de forma saudável e romântica. A trilha sonora também ajuda, misturando contemporaneidades (Geri Haliwell, Robbie Williams) com clássicos (a cena em que Bridget dubla “All by myself”, logo nos créditos de abertura conquista qualquer um com um mínimo de senso de humor).
Quanto aos homens da vida de Mrs. Jones, nada a reclamar. Enquanto Hugh Grant dá início a sua especialização em papéis de canalhas adoráveis - sempre com atuações renovadas e simpáticas - o normalmente relegado a segundo plano Colin Firth é quem rouba a cena e os corações femininos da plateia (isso bem antes de ter seu talento reconhecido e ser premiado com o Oscar pelo soporífero "O discurso do rei"). Seu Mark Darcy, arrogante em um primeiro olhar e romântico e sentimental quando analisado mais profundamente, encontra em Firth o intérprete ideal (isso sem mencionar que no livro que deu origem ao filme a protagonista é fissurada pelo próprio ator Colin Firth, em uma jogada feliz dos produtores). O triângulo amoroso formado por Grant-Zelwegger-Firth só acrescenta ainda mais simpatia ao filme, seguramente uma das mais bem-sucedidas adaptações literárias de sua época.
Dono de um bom-humor contagiante e um romantismo longe de ser babaca (além de contar com a participação especialíssima do escritor Salman Rushdie), "O diário de Bridget Jones" é um perfeito passatempo que pode agradar até a ala masculina do público. Pena que sua continuação não foi tão feliz...
3 comentários:
Bridget Jones é uma das minhas comédias românticas preferidas.
È resultado de um roteiro bem escrito e personagens que caem facilmente no gosto dos espectadores.
Esse filme me pegou de calça curta. Pensei que era "bobo" e adorei. Muito acima do que eu esperava.
Gostei mesmo.
Ah, adoro esse filme! E aquela cena de créitos? Ela bebendo loucamente e dublando aquela música... (que eu não lembro o nome). Uma graça de filme :)
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