PEARL HARBOR (Pearl Harbor, 2001, Touchstone Pictures, 183min) Direção: Michael Bay. Roteiro: Randall Wallace. Fotografia: John Schwartzman. Montagem: Roger Barton, Mark Goldblatt, Chris Lebenzon, Steven Rosenblum. Música: Hans Zimmer. Figurino: Mitzi Haralson, Michael Kaplan. Direção de arte/cenários: Nigel Phelps/Jennifer Williams. Produção executiva: Bruce Hendricks, Chad Oman, Mike Stenson, Barry Waldman, Randall Wallace. Produção: Michael Bay, Jerry Bruckheimer. Elenco: Ben Affleck, Josh Hartnett, Kate Becksinsale, Alec Baldwin, Ewen Bremner, Jennifer Garner, Jon Voight, Cuba Gooding Jr., Michael Shannon, Dan Ayckroyd, Colm Feore, William Fichtner, Tom Sizemore. Estreia: 21/5/01
4 indicações ao Oscar: Canção Original ("There you'll be"), Som, Edição de Som, Efeitos Visuais
Vencedor do Oscar de Edição de Som
“Titanic” faz escola. Inspirado no sucesso de bilheteria e de crítica de James Cameron, o diretor Michael Bay resolveu comandar seu próprio “projeto dos sonhos”, mirando nos cobiçados prêmios da Academia. No entanto, falta a ele e a seu produto final um elemento que Cameron provou ter: talento. “Pearl Harbor”, o tal filme com que Bay, mais conhecido por petardos de adrenalina como “A rocha” e “Con Air” quis fazer sua transição para o rol dos cineastas sérios é assustadoramente competente em termos técnicos, mas uma nulidade dramática poucas vezes vista em produções com suas ambições.
Assim como em “Titanic”, seu irmão mais velho e bem-sucedido, o filme conta uma história de amor tendo como pano de fundo um acontecimento marcante da história americana. O naufrágio ocorrido no início do século dá lugar aqui à invasão japonesa ocorrida na ilha de Pearl Harbor, em 1942, que obrigou os EUA a entrarem na II Guerra Mundial. Amigos desde a infância, os aviadores Raffe (Ben Affleck) e Danny (Josh Hartnett) seguem caminhos quase opostos durante a Guerra. Raffe vai voar na Inglaterra, voluntariamente, e é obrigado a deixar para trás a enfermeira por quem é apaixonado (a bela e apática Kate Beckinsale). Depois que ele é dado como morto em combate, Danny acaba se aproximando da inconsolável namorada do melhor amigo e eles iniciam um idílico romance, interrompido por dois fatos inesperados: o retorno de Raffe e a invasão japonesa à ilha onde todos estão trabalhando.
É inegável a qualidade da produção de “Pearl Harbor”. Da deslumbrante fotografia de John Schwartzman à trilha grandiloquente de Hans Zimmer, tudo funciona à perfeição, com o clima épico pretendido pelo diretor sendo atingido a cada fotograma. As cenas de batalha, especialmente o clímax do filme – a invasão que ocorre depois de uma hora e meia de projeção – são de encher os olhos e os ouvidos, com uma qualidade de som espetacular. Tudo caríssimo e bem cuidado. Mas Michael Bay demonstra seus maiores defeitos onde James Cameron soube sobressair-se inteligentemente: na direção de atores. A cada cena roubada por um ótimo Jon Voigt como Roosevelt existem no mínimo cinco constrangedoras envolvendo justamente aqueles em quem a trama se apóia. É quase inacreditável a falta de talento dos dois protagonistas masculinos do filme, que não emocionam nem em cenas construídas especialmente para arrancar lágrimas do espectador.
No final das três horas de duração do filme - que, em mais uma comparação com "Titanic" passam demoradamente frente aos olhos do público - fica uma sensação clara e contundente: "Titanic" pode ter seus detratores, mas pelo tinha um diretor visionário e um par romântico formado por atores de talento. Felizmente a Academia percebeu esse detalhe e ignorou "Pearl Harbor" em sua premiação. Qualidade técnica não significa qualidade emocional e isso fica provado em cada minuto do elefante branco de Michael Bay.
No final das três horas de duração do filme - que, em mais uma comparação com "Titanic" passam demoradamente frente aos olhos do público - fica uma sensação clara e contundente: "Titanic" pode ter seus detratores, mas pelo tinha um diretor visionário e um par romântico formado por atores de talento. Felizmente a Academia percebeu esse detalhe e ignorou "Pearl Harbor" em sua premiação. Qualidade técnica não significa qualidade emocional e isso fica provado em cada minuto do elefante branco de Michael Bay.
3 comentários:
A parte técnica (batalhas e efeitos especiais) é sensacional, mas como você bem escreveu, as interpretações são fracas.
Outra coisa que irrita é a gigantesca quantidade de cortes, que chegam a enjoar o espectador.
Na minha opinião a sequência do contra-ataque americano apesar de ótima na parte técnica, chega a ser ridícula em relação ao tema do filme.
O ponto principal seria o drama em relação ao ataque japonês, a resposta americana seria tema para outro filme.
Abraço
Me decepcionei um pouco. Esperava um novo Titanic, como quase todo público, e fiquei encantado apenas com a produção como técnica.
Mas, não é ruim não.
Eu até que gosto do trio central, mas reconheço que poderia ter colocado astros menos apáticos mesmo. No mais, é um belo filme, bem construído e o roteiro, ainda que tenha uma situação romanceada meio boba, convence. Nota 7,5!
Abs
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