sexta-feira

VELOCIDADE MÁXIMA

VELOCIDADE MÁXIMA (Speed, 1994, 20th Century Fox, 120min) Direção: Jan De Bont. Roteiro: Graham Yost. Fotografia: Andrezj Bartkowiak. Montagem: John Wright. Música: Mark Mancina. Figurino: Ellen Mirojnick. Direção de arte/cenários: Jackson De Govia/K.C. Fox. Produção executiva: Ian Bryce. Produção: Mark Gordon. Elenco: Keanu Reeves, Dennis Hopper, Sandra Bullock, Jeff Daniels, Alan Ruck, Joe Morton. Estreia: 10/6/94

3 indicações ao Oscar: Montagem, Som, Efeitos Sonoros
Vencedor de 2 Oscar: Som, Efeitos Sonoros

Aqueles que acreditam que, para ser bom, um filme de ação precisa de um orçamento gigantesco e um astro de primeira grandeza devem ter ficado de queixo caído com o desempenho de "Velocidade máxima", lançado pela Fox em 1994. Ao custo de meros 25 milhões de dólares - menos que o salário de Arnold Schwarzenegger, por exemplo - e com um Keanu Reeves pré-Matrix como protagonista, o filme de estreia do diretor de fotografia Jan De Bont como cineasta rendeu pelo menos quatro vezes isso somente no mercado americano e transformou tanto Reeves como Sandra Bullock em ídolos, chegando inclusive a gerar uma tenebrosa continuação - que trocava Keanu por Jason Patric.

Escrito com um invejável senso de ritmo por Graham Yost, "Velocidade máxima" é um filme que funciona justamente por não querer inventar moda. Simples e direto, ele cumpre o que promete em suas duas horas de duração manter a plateia grudada na poltrona do eletrizante início em um elevador em vias de despencar de 40 andares ao climático final no metrô de Los Angeles. Contando ainda com um carismático herói, o policial Jack Traven - papel oferecido a nomes tão díspares quanto Alec Baldwin, Johnny Depp e Tom Hanks antes que Keanu Reeves o assumisse - o filme conquista também por sua despretensão. Apesar de parecer um filme caro (as sequências de ação são caprichadíssimas e em nenhum momento traem seu orçamento apertado), "Velocidade máxima" estreou sem maiores expectativas e talvez por isso mesmo tenha surpreendido tanta gente.



O início de "Velocidade máxima" já dá uma mostra do que vem pela frente quando dois policiais da SWAT, Jack Traven (Keanu Reeves) e Harry Temple (Jeff Daniels) se vêem obrigados a resgatar um grupo de pessoas de um elevador ameaçado de ir pelos ares por um psicopata que exige 3 milhões de dólares em troca de desarmar a bomba. Depois de ser bem-sucedido na missão, Traven é novamente desafiado pelo criminoso - na verdade um ex-policial de nome Howard Payne (Dennis Hopper) - quando fica sabendo que uma bomba está armada em um dos ônibus da cidade de Los Angeles. Uma vez que o ônibus não pode nunca andar a menos de 50 milhas por hora para que a bomba não exploda, ele conta com a ajuda da civil Annie (Sandra Bullock) - que perdeu a licença de motorista justamente por excesso de velocidade - para manter o veículo em movimento e salvar a vida dos passageiros.

A maior qualidade de "Velocidade máxima" é justamente a maneira com que o roteiro de Yost e a direção de Jan De Bont combinam de forma a jamais perder a atenção da audiência. Não há cenas desnecessárias e a edição enxuta de John Wright extrai o melhor de cada sequência, todas elas de perder o fôlego. Tecnicamente impecável - foi oscarizado em duas categorias sonoras - o filme não deixa espaço para questionamentos racionais, utilizando o escapismo com inteligência e parcimônia. O único escorregão talvez seja o romance pouco provável entre os protagonistas quem, em uma situação extrema como a mostrada no filme conseguiria cair de amores por quem quer que seja??

Aliás, é perceptível, já em "Velocidade máxima", o quanto Sandra Bullock é chata. Sua personagem é irritante, esganiçada e cansativa e Bullock - em vias de tornar-se uma espécie de namoradinha da América graças a filmes como "Enquanto você dormia" - não é muito diferente. A historinha de amor entre Annie e Traven é o único elo fraco de um filmaço de ação que nada deixa a dever a seus irmãos mais anabolizados. "Velocidade máxima" é um clássico dos anos 90!

Um comentário:

Hugo disse...

É o típico filme que diverte sem fazer pensar.

As perseguições são extremamente bem filmadas, pena que o diretor Jan De Bont que acertou também em "Twister", tendo errado feio na sequência deste filme e no resto da carreira.

Abraço

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