JOGOS,
TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES (Lock, stock and two smoking barrels,
1998, Summit Entertainment, 107min) Direção e roteiro: Guy Ritchie.
Fotografia: Tom Maurice-Jones. Montagem: Niven Howie. Música: David A.
Hughes, John Murphy. Figurino: Stephanie Collie. Direção de
arte/cenários: Iain Andrews, Eve Mavrakis/Jacalyn Haiman. Produção
executiva: Stephen Marks, Peter Morton, Angad Paul, Trudie Styler,
Steven Tisch. Produção: Matthew Vaughn. Elenco: Jason Flemyng, Dexter
Fletcher, Nick Moran, Jason Statham, Steven Mackintosh, Nicholas Rowe,
Vinnie Jones, Sting. Estreia: 28/8/98
Se em 1993
Hollywood viu nascer um novo estilo de fazer cinema nas mãos de Quentin
Tarantino, a Inglaterra também não ficou atrás no final da década,
quando o jovem Guy Ritchie (então com meros 30 anos) lançou seu "Jogos,
trapaças e dois canos fumegantes", um policial estiloso, bem-humorado e
repleto de sacadas visuais que sacudiu o tradicional cinema britânico
com um sopro de modernidade e sarcasmo. Visualmente excitante, com um
roteiro vibrante e ágil e um elenco de atores desconhecidos que se
tornariam famosos no decorrer dos anos, como Jason Statham e Jason
Flemyng, o filme de Ritchie acabou se tornando um enorme sucesso mundial
justamente por quebrar regras narrativas e introduzir em um gênero
historicamente sério uma injeção de sarcasmo e ironia que o revigorou
aos olhos de uma plateia sedenta por novidades.
Dotado
de uma complexa estrutura de personagens e situações aparentemente
independentes, "Jogos, trapaças e dois canos fumegantes" exige do
espectador uma atenção redobrada, sob pena de perder as várias nuances e
detalhes que desfilam pela tela na bela fotografia amarelada de Tom
Maurice-Jones. Tudo começa quando o jovem Eddy (Nick Moran) resolve
apostar 25 mil libras em um jogo ilegal contra um dos mais perigosos
bandidos do submundo londrino, o famoso Hatchet Harry. Depois de
arrecadar o dinheiro junto com seus amigos - Soap (Dexter Fletcher), Tom
(Jason Flemyng) e Bacon (Jason Statham), todos pobres e dependentes de
uma vitória no jogo - ele acaba caindo em uma armadilha do criminoso e
sai da mesa de jogos devendo o dobro da aposta, dando como garantia do
pagamento (em cinco dias) o bar de seu pai, JD (o cantor Sting, marido
da produtora Trudie Styler) e a possibilidade de perder os dedos das
mãos. Pensando em como obter dinheiro em tão pouco tempo, Eddy e seus
companheiros de dívida tem a ideia pouco brilhante de envolver-se em um
esquema de roubar a maconha que seus vizinhos de porta pretendem
subtrair de um grupo de jovens que cultivam a droga ilicitamente.
Logicamente as coisas não acontecem conforme o esperado, e eles são
obrigados a lidar com uma sucessão de incidentes violentos e bizarros
que incluem, entre outras coisas, duas pistolas antigas que valem
milhões, e Big Chris (Vinnie Jones), um capanga que tem o costume de
levar o filho pequeno a tiracolo para todas as suas missões.
Realizado
em um tom quase histérico que mal dá tempo ao espectador para respirar,
"Jogos, trapaças e dois canos fumegantes" banha de sarcasmo uma trama
que, sem o molho do humor, cairia inevitavelmente na violência pura e
simples do gênero. Dominando por completo a história que tem em mãos,
Guy Ritchie - que depois chegaria a Hollywood, se casaria com Madonna e
sofreria alguns reveses na carreira até voltar a acertar com a franquia
"Sherlock Holmes", estrelada por Robert Downey Jr. e Jude Law - deita e
rola na direção do filme, o dotando de um ritmo acertadamente veloz que
disfarça o fato de o roteiro muitas vezes ser mais confuso do que
deveria ser. Em diversas ocasiões, o espectador perde tempo demais
tentando entender as relações entre os personagens, em vez de acompanhar
a história, o que, de certa forma, trai a preferência do cineasta pelo
visual em detrimento do conteúdo. Esse pecadilho ele corrigiria em seu
trabalho seguinte, "Snatch, porcos e diamantes", feito com dinheiro e
astros de Hollywood (Brad Pitt, Benicio Del Toro) e que conseguiu
equilibrar com mais sucesso os ingredientes apimentados que descobriu em
seu primeiro filme. Mesmo dando um nó na cabeça do espectador, "Jogos,
trapaças e dois canos fumegantes" ainda é um extraordinário filme de
estreia.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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2 comentários:
A direção é incrível, acho que Guy ritchie nos demonstrou novamente seu grande talento neste filme. Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes recebeu muitas criticas, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. Não é um dos meus gêneros preferidos, mas a historia foi muito interessante. Guy Ritchie filmes, é um dos poucos que conseguem boas obras cinematográficas de aventura graças ao seu grande profissionalismo. Tem uma visão muito particular na hora de dirigir seus filmes, considero que todos os aspectos do filme estiveram muitos cuidados. O que mais eu gostei deste filme é a musica com a que a ambientaram cada situação da historia.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes é uma produção espetacular, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. Uma dos melhores filmes da sua filmografia, a mescla entre o roteiro e o elenco dá um bom resultado. Guy Ritchie filmes o trabalho sempre me deixa satisfeita, é um dos poucos que conseguem boas obras cinematográficas de aventura graças ao seu grande profissionalismo. Tem uma visão muito particular na hora de dirigir seus filmes, considero que todos os aspectos do filme estiveram muitos cuidados. A direção é incrível, nos demonstrou novamente seu grande talento neste filme.
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