Antes que as feministas reclamem do sexismo da afirmação acima é preciso que elas assistam ao filme. Poucas vezes o cinema foi tão, mas tão mulherzinha quanto em "SATC 2". Closes de corpos masculinos sarados, homens viris e sedutores, figurinos extravagantes, situações românticas/sentimentais/sexuais vistas pelo âmbito feminino são os ingredientes aqui. Tudo bem, também o eram na série, mas menos exagerados do que aqui. A boa notícia é que, pra quem gosta do gênero em geral e da série em particular não há nada do que reclamar (talvez apenas da cara feia dos namorados, que provavelmente vão detestar cada um dos 146 minutos de sua duração).
Para quem assistia à série e correu aos cinemas para ver o primeiro filme sabe como a história começa: Carrie (Sarah Jessica Parker) está casada há dois anos com o grande amor de sua vida, Mr. Big, já denominado corretamente de John Preston (Chris Noth) e passa por um período de tédio em seu relacionamento; Samantha (Kim Cattrall, surpreendentemente a mais rejuvenescida do filme) está no período da menopausa, engolindo hormônios como se fossem feijão e buscando a libido perdida; Miranda (Cynthia Nixon) está em crise profissional e pede demissão; e Charlotte (Kristin Davis) finalmente está começando a perceber que a vida doméstica não é tão cor-de-rosa quanto ela imaginava, além de sofrer com a possibilidade de ver a babá de suas filhas seduzindo seu marido. No meio de todos esses tormentos, quando surge a oportunidade de todas elas viajarem - com tudo pago - para o Oriente Médio, elas não pensam duas vezes e embarcam para um merecido descanso de uma semana. Lá, em meios ao exotismo de uma nova cultura - cuja gritante diferença com o Ocidente proporciona algumas ótimas piadas -, Carrie dá de cara com Aidan (John Corbett), seu ex-namorado, que a balança novamente.
Assim como aconteceu na primeira parte cinematográfica da saga de Carrie e suas comparsas, "SATC 2" é um episódio bastante alongado da série - ainda que a viagem para Abu-Dabi de certa forma descaracterize o formato original, onde Nova York era a quinta protagonista. Mas, fora isso está tudo aqui; o humor politicamente incorreto, o luxo e o glamour dos figurinos de Patricia Field, as participações especiais (Myley Cyrus e Penelope Cruz) a excelência da química entre as protagonistas, as inúmeras referências ao universo feminino/gay (até Liza Minelli tem um momento de brilho...). Pra quem gosta é um prato cheio. Pra quem não tem paciência, é uma experiência torturante. Escolha seu time!
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