terça-feira

A VERDADE NUA E CRUA

A VERDADE NUA E CRUA (The ugly truth, 2009, Lakeshore Entertainment, 96min) Direção: Robert Luketic. Roteiro: Nicole Eastman, Karen McCullah, Kristen Smith, estória de Nicole Eastman. Fotografia: Russell Carpenter. Montagem: Lisa Zeno Churgin. Música: Aaron Zigman. Figurino: Betsy Heinman. Direção de arte/cenários: Missy Stewart/Kathy Lucas. Produção executiva: Katherine Heigl, Nancy Heigl, Ryan Kavanaugh, Andre Lamal, Karen McCullah, Eric Reid, Kirsten Smith. Produção: Kimberly Di Bonaventura, Gary Lucchesi, Deborah Jelin Newmyer, Steven Reuther, Tom Rosenberg. Elenco: Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner, Eric Winter. Estreia: 16/7/09

Desde que Meg Ryan abandonou o posto de "namoradinha da América" - um pouco para fugir do estereótipo limitatório da alcunha e um pouco porque passou da idade de ser a eterna mocinha romântica como o fez Doris Day nos anos 50 - seu posto foi rapidamente cobiçado por Katherine Heigl, estrela da telessérie "Grey's anatomy", que encontrou no gênero a porta mais fácil para fazer a transição entre a televisão e o cinema. Estrela de filmes agradáveis e simpáticos mas nunca brilhantes - como "Vestida para casar" e "Ligeiramente grávidos" - Heigl emplacou mais um sucesso em sua carreira com "A verdade nua e crua", que arrecadou quase 90 milhões de dólares somente nos EUA e acrescentou dois ingredientes até então inédito em sua filmografia água-com-açúcar: uma boa dose de sarcasmo e uma ousadia que beira o vulgar (apesar de funcionar às mil maravilhas), cortesia de seu parceiro de cena, Gerard Butler.

O escocês Butler - que estreou no cinema em 1997 com um papel pequeno em "Sua Majestade, Mrs. Brown" mas só começou a ser notado na segunda aventura da heroína Lara Croft, "A origem da vida", dando início a uma carreira eclética e a uma legião de fãs que se consolidou com "300" e "O fantasma da Ópera" - faz o contraponto perfeito a Heigl, exercitando com visível prazer seu lado cafajeste na pele de Mike Chadway, um apresentador de TV que faz sucesso ao revelar, sem subterfúgios, os pensamentos masculinos sobre os relacionamentos amorosos. Aplaudido pelos homens e disputado pelas mulheres, Chadway acaba contratado pela emissora onde Abby Richter (Heigl) trabalha como produtora. Solteira por jamais encontrar em um homem todas as qualidades que procura, ela antipatiza de cara com seu novo colega, mas acaba concordando - até mesmo por falta de alternativas - em deixar que ele a aconselhe em seu processo de conquista de Colin (Eric Winter), seu vizinho médico em quem ela está interessada.
Mesmo discordando das táticas machistas e aparentemente rudes de Mike, Abby vai aos poucos seduzindo seu alvo, sem perceber que na verdade o que está acontecendo é a típica situação de filmes do gênero: os opostos estão novamente se atraindo e ela e Chadway só precisam notar que foram feitos um para o outro.


A maneira com que tal desfecho chegará é conduzindo por Robert Luketic - que transformou Reese Witherspoon em estrela com "Legalmente loira" - sem medo de ofender aos mais suscetíveis. O roteiro não se furta a criar situações vexaminosas para Abby (o jantar no qual ela veste uma calcinha vibratória talvez seja a mais divertida delas) ou por na boca de Mike termos pouco vistos em comédias românticas, normalmente um reduto do politicamente correto. Butler se desvencilha com facilidade da tarefa de dar vida a seu personagem, um adorável canalha com um grau de carisma que ameniza até a mais cabeluda das barbaridades proferidas e Heighl não avança muito mais do que demonstrou anteriormente, o que evidencia que seu repertório de caras e bocas não é dos mais amplos. A química entre a dupla, porém, funciona bastante bem e conduz a trama até seu final - pena que o filme pareça mais longo do que é devido ao clímax forçado em um campeonato de balonagem que pouco acrescenta ao conjunto.

"A verdade nua e crua" é um típico filme de Katherine Heigl - que também assina como produtora executiva. Agrada aos fãs do estilo, mas não tem pretensões de mudar o mundo. Ainda assim, tem a vantagem de também conquistar o público masculino, que certamente se identificará com muitas das ideias tidas como machistas de Mike Chadway. Bom divertimento para quem procura um passatempo.

Um comentário:

marcelia disse...

Eu vi esse filme e simplesmente gostei muito dele, eu recomendo, talvez não vá gostar quem vê e talvez vai amar, por isso para ter certeza que gosta ou não vale a pena vê.
Olha tem post "DESABAFO DE UMA BLOGUEIRA" e tem vídeo "SEU BLOG NO MEU VÍDEO" onde divulguei 11 blogueiras e pretendo fazer novamente mais para frente e tem SORTEIO de tablet e outros me visita, magrafelizpensa.blogspot.com e www.youtube.com/user/marcmarify

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