UMA CARTA DE AMOR (Message in a bottle, 1999, Warner Bros, 131min) Direção: Luis Mandoki. Roteiro:
Gerald DiPego, romance de Nicholas Sparks. Fotografia: Caleb Deschanel.
Montagem: Steven Weisberg. Música: Gabriel Yared. Figurino: Bernie
Pollack. Direção de arte/cenários: Jeffrey Beecroft/Dorree Cooper,
Elaine O'Donnell, CC Perkinson. Produção: Kevin Costner, Denise DiNovi,
Jim Wilson. Elenco: Kevin Costner, Robin Wright-Penn, Paul Newman, John
Savage, Ileana Douglas, Robbie Coltrane. Estreia: 12/02/99
Primeiro romance de Nicholas Sparks a ser adaptado para o cinema - antes, portanto, que a fórmula de seus livros se tornasse facilmente reconhecível a qualquer espectador, por mais distraído que seja - "Uma carta de amor" é, também, um dos melhores filmes baseados em sua obra, normalmente exagerada no dramalhão a ponto da superficialidade. Marcando também o retorno de Kevin Costner às boas graças do público depois de um período negro em que estrelou fracassos retumbantes como "Waterworld, o segredo das águas" e "O mensageiro", o filme de Luis Mandoki é um drama romântico à moda antiga, feito sob medida para quem gosta de se emocionar ao assistir a uma bela e devastadora história de amor.
Mesmo que não tenha sido um sucesso extraordinário de bilheteria, "Uma carta de amor" devolveu a Costner - um dos astros mais quentes do final dos anos 80 e do começo da década de 90 - um pouco do respeito e do prestígio acumulado com êxitos acachapantes com "Os intocáveis", "JFK", "O guarda-costas" e principalmente "Dança com lobos", sua estreia como diretor e que lhe rendeu o Oscar da categoria (além de outras seis estatuetas, incluindo melhor filme). Deixando de lado sua tendência à megalomania e seu ego exarcebado (apesar de ainda assinar como um dos produtores), Costner entrega à plateia uma das melhores e mais naturais atuações de sua carreira, mostrando que, apesar dos erros monumentais de sua trajetória, ele é um astro de grande carisma, especialmente quando tem a seu lado atores do porte de Paul Newman e Robin Wright Penn, capazes de iluminar qualquer cena com seu imenso talento. São eles que dão à trama - nada especial e até um tanto previsível - o charme e a credibilidade necessários para que ela se torne uma experiência interessante e comovente.
Apesar do nome de Costner ser o primeiro dos créditos, a verdadeira protagonista é Theresa Osborne, a personagem vivida pela bela Robin Wright (então Penn): pesquisadora do jornal Chicago Tribune, ela encontra, durante um período de descanso à beira do mar, uma garrafa contendo uma bela e triste carta romântica, endereçada a uma mulher chamada Catherine. Comovida com o texto e intrigada com uma possível história a ser publicada - principalmente quando descobre outras cartas escritas pelo mesmo autor, ela investiga o caso com a ajuda de uma colega de trabalho e chega até uma pequena cidade costeira, onde conhece Garrett Blake (Costner), um viúvo charmoso e introvertido que vive às turras com a família de sua falecida mulher e se recusa a esquecer o passado. Encantada com Garrett, Theresa esconde dele o real motivo de sua visita e os dois acabam se envolvendo. Ela, desiludida com um divórcio recente e ele ainda enfrentando um luto de dois anos, se apaixonam perdidamente, redescobrindo sentimentos que consideravam enterrados dentro de si. Mas será que Garrett saberá compreender as razões que levaram Theresa a ocultar a verdade sobre seu encontro?
Mesmo que esteja longe de ser uma obra-prima - em parte porque o roteiro não dá espaço a um aprofundamento maior aos personagens e à trama e em parte porque a intenção do filme é apenas emocionar seu público - "Uma carta de amor" cumpre o que promete. É um romance adulto, estrelado por atores competentes (Paul Newman dá show em cada cena em que aparece como o ranzinza pai de Costner) e com uma história que não tenta inventar a roda, mas prende a atenção do início até o final trágico como é comum na obra de Sparks. Com uma química potente entre Kevin Costner e Robin Wright Penn, é também um dos romances mais consistentes de sua época. Os fãs não tem do que reclamar.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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