WHIPLASH,
EM BUSCA DA PERFEIÇÃO (Whiplash, 2014, Bold Films/Blumhouse
Productions, 107min) Direção e roteiro: Demian Chazelle. Fotografia:
Sharon Meir. Montagem: Tom Cross. Música: Justin Hurwitz. Figurino: Lisa
Norcia. Direção de arte/cenários: Melanie Paisiz-Jones/Karuna Karmakar.
Produção executiva: Jeanette Volturno-Brill, Jason Reitman, Couper
Samuelson, Gary Michael Walters. Produção: Jason Blum, Helen Eastbrook,
David Lancaster, Michel Litvak. Elenco: Miles Teller, J.K. Simmons, Paul
Reiser, Melissa Benoist, Austin Stowell, Nate Lang, Chris Mulkey.
Estreia: 16/01/14
5 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Ator Coadjuvante (J.K. Simmons), Roteiro Adaptado, Montagem, Mixagem de Som
Vencedor de 3 Oscar: Ator Coadjuvante (J.K. Simmons), Montagem, Mixagem de Som
Vencedor do Golden Globe de Melhor Ator Coadjuvante (J.K. Simmons)
É difícil não lembrar da velha frase de Thomas Edison que diz que
"talento é 1% inspiração e 99% transpiração" quando se assiste a
"Whiplash, em busca da perfeição", o extraordinário filme que colocou o
pirralho (fez apenas 31 anos agora em janeiro de 2016) Damien
Chazelle no mapa de Hollywood ao conquistar cinco indicações ao Oscar,
inclusive melhor filme e roteiro adaptado: ao comer o pão que seu
professor de música amassou para provar seu talento como baterista, o
protagonista vivido por Miles Teller - uma promessa que enfileirou um filme atrás do outro em menos de dois anos - mostra a realidade de
uma parcela imensa de jovens (ou nem tão jovens assim) talentosos que
buscam seu lugar ao sol na música sem ter o devido reconhecimento. Não é
à toa que o filme começou a ser aplaudido vigorosamente por seu
público-alvo - que viu nele uma espécie de merecida e carinhosa homenagem a
todos aqueles que tem pela música (ou pela arte em geral, vá lá) uma
paixão que transcende qualquer vaidade - e acabou por conquistar o mundo inteiro e até a Academia, que acabou lhe concedendo três estatuetas douradas.
Essa paixão/obsessão/tesão pela música é o mote de "Whiplash", e o que
move seu protagonista, o jovem Andrew Nieman (interpretado com garra por
Teller, antes visto em "Divergente" e no independente "O maravilhoso agora") a enfrentar todas as dificuldades
que aparecem à sua frente para se tornar o grande baterista de jazz que
almeja ser. A maior delas surge na figura de Terence Fletcher (J. K.
Simmons), um professor tão respeitado quanto rígido que é o líder da
banda do conservatório de música onde o rapaz estuda. Escolhido pelo
temido mestre, Andrew passa a sofrer com seus métodos de intimidação e
humilhação, mas seu amor pelo que faz o mantém disposto até mesmo a
abrir mão de sua vida pessoal com a namorada Nicole (Melissa Benoist). Sua relação com Terence, portanto, acaba por ser a mais importante de sua vida, mesmo quando todos os limites são ultrapassados e a dedicação do veterano músico revela-se quase uma psicopatia.
A história engendrada por Chazelle - que, sem financiamento dirigiu um
curta que serviu de inspiração para seu elogiado filme - não é
exatamente original, uma vez que não hesita em utilizar-se dos mais
variados clichês para atingir a plateia, mas o faz com tanta pureza e
tanto amor (pelos personagens, pela trama, pela música em si) que é
impossível não envolver-se com tudo. A relação entre Andrew e Fletcher
(a grande chance de J.K. Simmons, um rosto conhecidíssimo do público e que acabou levando um merecidíssimo Oscar de ator coadjuvante) é hipnotizante e
rende ao filme seus melhores momentos e a climática
sequência final, de nove minutos de duração magistralmente editados é capaz de arrepiar a todos aqueles que tem a música na alma e no
coração (não à toa, o Oscar de montagem também foi conquistado, assim como o de mixagem de som). A impressão que se tem quando se assiste ao filme é que seu
jovem diretor quis falar diretamente a seu público-alvo, dar-lhes, durante o
tempo de uma sessão de cinema, a felicidade e o orgulho de pertencer a
esse grupo de gente tantas vezes mal compreendida: os músicos
profissionais. E, a julgar pelo entusiasmo geral, foi feliz em sua
missão.
Em meio a tantos filmes dispendiosos e festejados, mas ocos de emoção e
espírito, "Whiplash" foi um sopro de vida e inspiração. Nenhuma de suas
indicações ao Oscar foi injusta - e seus prêmios foram amplamente merecidos. É um pequeno grande filme, capaz de emocionar e empolgar a plateia, tendo como armas basicamente o talento de seus intérpretes e a paixão de seus personagens. Um filme já clássico.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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Um comentário:
Esse filme é meu preferido, tambem Sangue pela Gloria de Milles Teller. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Será exibida na TV, em HBO HD a chave do sucesso é o bem que esta contada a historia e a trilha sonora, enfim, um dos meus preferidos
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