NAMORADA DE ALUGUEL (Can't buy me love, 1987, Apollo Pictures,
94min) Direção: Steve Rasch. Roteiro: Michael Swerdlick. Fotografia:
Peter Lyons Collister. Montagem: Jeff Gourson. Música: Robert Folk.
Figurino: Gregory Poe. Direção de arte/cenários: Donald L. Harris/Andrew
Bernard, Christian W. Russhon. Produção executiva: Ron Beckman, Jere
Henshaw. Produção: Thom Mount. Elenco: Patrick Dempsey, Amanda Peterson,
Courtney Gains, Seth Green, Sharon Farrell. Estreia: 14/8/87
Um
dos mais populares e prolíficos sub-gêneros cinematográficos dos anos
80, a comédia romântica adolescente foi responsável por alçar ao posto
de ídolos nomes que não resistiriam ao tempo e sumiriam frente à mudança
de década e do gosto de seu público-alvo, que, à medida em que
envelheciam partiam em busca de filmes menos ingênuos. Foi assim com a
musa teen Molly Ringwald, com os sex symbols Rob Lowe (que ainda manteve
a carreira, mas em marcha bem mais lenta) e Andrew McCarthy e com
praticamente todos os atores lançados por John Hughes. Outro que começou
a carreira como um patinho feio desejando a garota mais popular da
escola foi Patrick Dempsey - que depois de amargar um bom tempo no limbo
foi resgatado para a fama com a telessérie "Grey's anatomy". Em
"Namorada de aluguel" ele já demonstrava que levava jeito como galã
desajeitado... e o filme acabou virando cult movie entre a garotada
oitentista.
Embalado pela canção-título
interpretada pelos Beatles, "Namorada de aluguel" é uma comédia de erros
agradável e simpática, muito valorizada pela interpretação de Dempsey,
que interpreta Ronald Miller, um nerd esforçado que trabalha cortando a
grama da vizinhança com o objetivo claro de comprar um telescópio e
aproximá-lo de uma de suas maiores paixões: a astronomia. Sua outra
paixão é, como não poderia deixar de ser em um filme do gênero, a bela e
desejada Cindy Mancini (Amanda Peterson), que só o repara na hora de
pagar por seus serviços de jardinagem. Namorada de um jogador de futebol
mais velho e idolatrado pelos colegas, Cindy vive cercada de um séquito
de admiradores e amigas, todos a anos-luz de distância do grupo de
Ronald, que passam as noites de sábado jogando pôquer e se dedicam mais
aos estudos do que às festas. Porém, o destino - ou o roteiro, mais bem
amarrado do que muitos de seus congêneres - apronta uma das suas e une
os dois jovens: precisando urgentemente de dinheiro para substituir uma
roupa de sua mãe que ela estragou em uma festa, Cindy acaba aceitando a
proposta indecente de Ronald de se passar por sua namorada durante um
mês, para assim aumentar a popularidade do rapaz. Miller gasta todas as
suas economias no plano, e ele dá certo: em pouco tempo a escola inteira
está a seus pés - incluindo Cindy, apesar de ele não perceber a mudança
nos sentimentos da garota.
Uma das maiores qualidades
de "Namorada de aluguel" é a forma com que a história se desenvolve, não
deixando que o romance entre seus protagonistas assuma a prioridade da
trama o tempo todo. A segunda metade do filme, por exemplo, que trata
das consequências do plano armado por Ronald - quando ele experimenta o
gostinho do sucesso e quase se deixa corromper por ele - é tão
interessante quanto a história de amor entre ele e Cindy. É nessa fase
do roteiro que o público acompanha sua conscientização a respeito do
quanto seus amigos nerds são bem mais leais e merecedores de aplausos do
que seus novos companheiros de farra. É um tanto moralista, claro, mas
levando-se em conta seu público-alvo, não deixa de ser também bastante
oportuno. E é preciso destacar também o humor do filme, representado
especialmente pelo irmão de Ronald, Chuckie (vivido por Seth Green, o
futuro filho do Dr. Evil da série "Austin Powers" ainda criança) e pela
clássica sequência em que o protagonista apresenta - por engano, é claro
- a coreografia do Ritual de Acasalamento do Tamanduá Africano em plena
festa repleta de mauricinhos e patricinhas influenciáveis.
"Namorada
de aluguel" não é e nem se pretende uma obra-prima. Mas é delicioso,
principalmente para a geração que o assistia constantemente na Sessão da
Tarde. É leve, é divertido e fluente, um filme sem contra-indicações
para quem busca uma sessão nostálgica - ou para quem tem interesse em
saber como Patrick Dempsey começou sua carreira.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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2 comentários:
Eu adoro. Adoro, adoro. Não tem muito tempo vi na Sessao da Tarde mesmo, sdds do Tamanduá Africano, rs.
Acho a atriz linda, a cara das gatinhas dos 80. Que fim levou ela, cê sabe?
Cresci vendo o trailer desse filme e quando vi aquele dia... só de ouvir o "Can't Buy Me Love" no começo (que também tocava no trailer) me arrepiou.
Zukm.t ppb
bjsssss
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